Headache Medicine
ISSN 2178-7468
e
-ISSN 2763-6178
v.11
Supplement
p. 44
October 2020.
44
ASAA
DOI: 10.48208/HeadacheMed.2020.Supplement.44
Lellis, C.; Tertuliano, P.; Dib, A.; Silva, S.; Martins, C.; Junior, W.; Silva, L.
Headache Medicine
Bloqueio do gânglio esfenopalatino no manejo da cefaleia pós-punção dural:
uma revisão sistemática da literatura
Caio Lellis, Pedro Tertuliano, Ana Dib, Sara Silva, Camila Martins, Weldes Junior, Ledismar Silva
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Introdução
O gânglio esfenopalatino tem sido implicado na gênese das cefaleias pós-punção dural (CPPD). Sugere-se que o bloqueio do gânglio
esfenopalatino (BGEP) pode aliviar os sintomas dessa cefaleia que diminui a qualidade de vida de vários pacientes. O objetivo deste
estudo é averiguar se o BGE se mostrou uma opção terapêutica segura e ecaz no manejo da CPPD.
Material e Métodos
Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, delineada em dois dos quatro critérios da estratégia PICO, nos bancos de dados
PubMed e Lilacs, com os descritores: “Sphenopalatine Ganglion Block AND Headache, totalizando 98 artigos. Os critérios de inclusão
foram: ensaios clínicos randomizados, relatos de caso, publicação até 10 anos, língua inglesa. Excluiu-se os estudos duplicados,
aqueles artigos ainda não concluídos.
Resultados
Em um ensaio clínico randomizado, duplo cego, evidenciou- se que os pacientes que realizaram BGEP com 0,3 ml de bupivacaína a
0,5%, apresentaram uma queda signicativamente na escala de dor (NRS score), 15 e 30 minutos após administração do tratamento,
durando por 24h após o procedimento. Em consonância, um relato de caso, em que foi realizado um BGEP em contexto ambulatorial,
vericou- se que a administração de levobupivacaína a 0,5% no tratamento para CPPD causou uma melhora signicativa dos sintomas
por mais de 24 horas após o procedimento. Outros dois relatos de caso, um com três pacientes (lidocaína viscosa a 2%) e outro com
um paciente pediátrico, concluíram que o tratamento com BGEP reduziu signicativamente a intensidade da CPPD. Em desacordo, um
dos ensaios clínicos randomizados concluiu que o BGEP bilateralmente com 1 ml de anestésico local (lidocaína 4% e ropivacaína 0,5%)
ou placebo (solução salina) não teve efeito estatisticamente signicativo na intensidade da CPPD após 30 minutos. Por m, um relato de
caso concluiu que dois BGEP transnasal com lidocaína a 4% em cada narina de uma paciente grávida resultou em melhora signicativa
no mesmo dia, o estudo ressaltou que o bloqueio deve ser considerado para tratamento da dor de cabeça em grávidas, pelo profundo
alívio da dor e a prevenção de medicamentos sistêmicos.
Conclusão
O BGEP se mostrou seguro e ecaz na redução da intensidade da CPPD durante as primeiras horas, no entanto os estudos apresentaram
discordância a respeito da sua ecácia a longo prazo, necessitando de estudos de maior evidência cientíca sobre esse assunto.
Palavras-chave:
Bloqueio do Gânglio Esfenopalatino, Cefaleia pós-punção dural, Cefaleia