Headache Medicine
ISSN 2178-7468
e
-ISSN 2763-6178
v.11
Supplement
p. 41
October 2020.
41
ASAA
DOI: 10.48208/HeadacheMed.2020.Supplement.41
Lellis, C.; Junior, W.; Martins, C.; Silva, S.; Dib, A.; Tertuliano, P.; Silva, L.
Headache Medicine
A inuência da obesidade no desenvolvimento da migrânea: uma revisão
sistetica da literatura
Caio Lellis, Weldes Junior, Camila Martins, Sara Silva, Ana Dib, Pedro Tertuliano, Ledismar Silva
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Introdução
A migrânea é um tipo de cefaleia primária que apresenta alta prevalência na sociedade, ocasionando prejuízo na qualidade de vida
dos acometidos. Embora ainda questionado a relação entre obesidade e migrânea, observa-se uma maior prevalência dessa cefaleia
em indivíduos obesos. O objetivo desta revisão é buscar na literatura atual se há alguma relação da obesidade com a manifestação
da migrânea, avaliando a ecácia de dietas menos calóricas e redução de peso.
Material e Métodos
Foi realizada uma revisão sistemática da literatura nos bancos de dados do PubMed e Lilacs, com os descritores: “Obesity AND
Migraine, sendo selecionados os relatos de caso, metanálises e ensaios clínicos publicados nos últimos 10 anos (n= 22 artigos). Foram
excluídos os estudos que ainda não foram concluídos e aqueles que não se enquadravam nos objetivos, assim restaram 13 artigos.
Resultados
Os estudos concluíram que há uma relação direta entre a obesidade e a pré-obesidade com o aumento da intensidade e frequência
da migrânea, independentemente da idade, sendo o sexo feminino mais afetado. Um dos artigos apontou que a dieta cetogênica
pobre em calorias é ecaz para a melhoria rápida e a curto prazo das crises de migrânea em pacientes com excesso de peso, no
entanto, necessita-se de mais estudos que apontem a duração efetiva da dieta e se ela se aplica a todos os pacientes obesos. Também,
foi apontado que a terapia comportamental e o exercício físico obtiveram efeitos signicativos sobre a intensidade e a frequência dos
episódios de migrânea nos pacientes obesos. Ademais, um ensaio clínico observou que o programa de intervenção interdisciplinar
reduziu signicativamente a adiposidade em adolescentes obesos entre 14 e 16 anos, sendo essa mudança no IMC associada com
uma melhora signicativa da migrânea nos 12 meses após a terapêutica. Acerca da cirurgia bariátrica, dois estudos concluíram
que houve relação entre essa técnica cirúrgica e o alívio acentuado da gravidade e duração da enxaqueca, bem como o aumento
signicativo do número de dias sem crises, principalmente em mulheres obesas na pré menopausa.
Conclusões
A redução de peso mostrou impacto positivo no manejo da migrânea em pacientes obesos, dessa forma, a dieta cetogênica pouco
calórica, exercícios físicos regulares, a terapia comportamental e, em casos necessários, a cirurgia bariátrica são opções terapêuticas
seguras e ecazes na redução da frequência e intensidade das crises de enxaqueca.
Palavras-chave:
Migrânea; obesidade; cefaleia