Headache Medicine
ISSN 2178-7468
e
-ISSN 2763-6178
v.11
Supplement
p. 37
October 2020.
37
ASAA
DOI: 10.48208/HeadacheMed.2020.Supplement.37
Siega, M.; Souza, B.; Teles, L.; Binder, L.; Tokarski, L.
Headache Medicine
Uso dos anticorpos monoclonais para migrânea no Brasil: experiência de um
Centro Terciário de Cefaleia em Brasília
Marcio Siega, Bernardo Souza, Laís Teles, Laura Binder, Lucca Tokarski
Clinica Modula Dor
Introdução
A migrânea, ou enxaqueca, está incluída no ranking da Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma das doenças mais
incapacitantes do mundo e acomete cerca de 15% da população brasileira. Apesar disso segue sendo subdiagnosticada e subtratada.
E quando tratada, existe uma grande taxa de abandono por efeitos adversos. Faz-se imprescindível a inclusão de terapêuticas que
melhorem efetivamente a qualidade de vida desses indivíduos; e a utilização de anticorpos monoclonais toma lugar de destaque.
Material e Métodos
Foram entrevistados 86 pacientes que receberam a injeção subcutânea indicado para migrânea com erenumabe, galcanezumabe ou
fremanezumabe na primeira metade de 2020. Foi avaliado a quantidade de dias de dor forte a moderada, dias de analgésicos pré-
tratamento e nos últimos 30 dias. Também foi avaliado a quantidade de meses que recebeu aplicação, continuidade ou interrupção
ou troca de medicação e o motivo.
Resultados
Dos 86 indivíduos que aplicaram, 67 responderam o questionário. Média na idade de 40,6 anos, 17 dias de dor moderada ou forte
e 18 dias de analgésicos. A porcentagem de melhora de 100% nos dias de dor moderada ou forte ocorreu em 7 pacientes (10%). As
3 substâncias estudadas estão contidas nesse grupo. Indivíduos com melhora maior ou igual a 50 % correspondem a 48%. Melhora
discreta (10 a 49%) ocorreu em 10% dos casos e menor que 10% ou piora ocorreu em 42%. As 3 substâncias também estão contidas
no grupo dos não respondedores. Os resultados do consumo de analgésicos têm resultados semelhantes: melhora total 13%, metade ou
mais 37%, melhora discreta 16% e mantido ou piora 46%. Dez pacientes (15%) realizaram troca de medicação, e o principal motivo foi
falta de ecácia em 7 e questões nanceiras em 3. A maioria dos pacientes que experimentaram o tratamento interrompeu o tratamento
(63%), sendo o principal motivo a inecácia (64%), com média de uso de 2,2 meses, seguido pelo preço da medicação (17%).
Interrupção por efeitos adversos ocorreu em 2 pacientes (alergia cutânea). Os pacientes que continuam usando o estão há 3,2 meses.
Conclusão
O tratamento com os anticorpos monoclonais apresentou resultados satisfatórios em elevada parcela dos indivíduos. No entanto a
maioria dos pacientes abandonou seu uso sendo a inecácia o principal motivo, mesmo usando em média mais que 2 meses. Taxa de
abandono pelo custo foi discreta e taxa de efeitos colaterais muito discreta.
Palavras-chave:
Transtornos de Enxaqueca, Anticorpos Monoclonais