Headache Medicine
ISSN 2178-7468
e
-ISSN 2763-6178
v.11
Supplement
p. 28
October 2020.
28
ASAA
DOI: 10.48208/HeadacheMed.2020.Supplement.28
Santos, I.; Pereira, T.; Dantas, M.; Rodrigues, I.; Feitosa, A.; Ferreira, F.; DeSantana, J.
Headache Medicine
Alteração do limiar de dor e da amplitude de movimento na disfunção cervical
de pacientes com enxaqueca com e sem aura: estudo observacional
caso-controle
Itanara Santos, Thaís Pereira, Maria Dantas, Ingrid Rodrigues, Amanda Feitosa, Fernanda Ferreira, Josimari DeSantana
Universidade Federal de Sergipe
Introdução
A cronicação da enxaqueca está associada a maior ocorrência de disfunções musculo- esqueléticas, principalmente na região crânio-
cervical. A presença de aura, um dos subtipos de enxaqueca, tem sido relacionada a maior gravidade de incapacidades relacionadas
a cefaleia. Os objetivos desse estudo foram avaliar sintomas cervicais entre indivíduos com enxaqueca e saudáveis e analisar diferenças
entre esses sintomas em enxaquesosos com e sem aura.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo do tipo observacional caso-controle, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de
Sergipe (CAAE: 08310319.1.0000.5546). Participaram da amostra indivíduos de ambos os sexos divididos em 3 grupos: enxaqueca
com aura (n=14), enxaqueca sem aura (n=18) e controle (n=22). Foram avaliados quanto à incapacidade cervical pelo Neck Disability
Index (NDI), amplitude de movimento (ADM) pela eximetria cervical e limiar de dor por pressão (LDP) cervical pela algometria. A
intensidade de dor ao movimento foi avaliada pela escala numérica (EN) de 11 pontos. Análise estatística realizada no software SPSS
15.0 para determinar a normalidade com o teste Shapiro-Wilk, considerando Teste T independente (dados paramétricos) e Mann
Whitney (não paramétricos). Nível de signicância: 95%.
Resultados
Foi observado incapacidade cervical leve (64,2%), moderada (21,4%) e incapacitante (7,1%) no grupo enxaqueca com aura (EA),
enquanto que no grupo enxaqueca sem aura (ESA), observou- se incapacidade cervical leve (55,5%), moderado (27,7%) e grave
(16,6%). O controle apresentou incapacidade cervical ausente (63,6%) e leve (36,3%). Houve diferença estatisticamente signicante na
incapacidade cervical entre os grupos EA (2,02±7,56) e controle (0,69±3,26) (p<0,001) e entre ESA (2,05±8,72) e controle (0,69±3,26)
(p<0,001). A ADM cervical foi signicativamente menor nos grupos de enxaquecosos em comparação ao controle (p<0,05). Porém,
não houve diferença entre os grupos na intensidade de dor aos movimentos cervicais (p>0,05). O LDP nos músculos ECOM direito e
esquerdo, trapézio superior direito e esquerdo foi signicativamente menor nos grupos EA e ESA em comparação ao controle (p<0,001).
Não houve diferença entre os grupos de enxaqueca com aura e sem aura quanto a incapacidade cervical, ADM cervical, intensidade
de dor e LDP cervical (p<0,05).
Conclusão
Pacientes com enxaqueca apresentam maior gravidade de incapacidade cervical, menor limiar de dor nos músculos cervicais e
limitação de amplitude de movimento cervical em comparação a indivíduos saudáveis, independentemente da presença de aura.
Descritores:
Enxaqueca com aura, Enxaqueca sem aura, Dor crônica, Cervicalgia