Headache Medicine
ISSN 2178-7468
e
-ISSN 2763-6178
v.11
Supplement
p. 26
October 2020.
26
ASAA
DOI: 10.48208/HeadacheMed.2020.Supplement.26
Pereira, T.; Dantas, M.; Santos, I.; Rodrigues, I.; Feitosa, A.; Ferreira, F.; DeSantana, J.
Headache Medicine
Relação entre gravidade de DTM e características da dor em
pacientes com enxaqueca crônica: estudo observacional
Thaís Pereira, Maria Dantas, Itanara Santos, Ingrid Rodrigues, Amanda Feitosa, Fernanda Ferreira, Josimari DeSantana
Universidade Federal de Sergipe
Introdução
A enxaqueca crônica é uma das dores orofaciais mais incapacitantes no mundo. Frequentemente, está aliada a outras disfunções na
região crânio-cervical, como a disfunção tempormandibular (DTM). Apesar de não haver uma relação de causalidade entre elas, a
gravidade da DTM parece piorar as características da dor da cefaleia. O objetivo desse estudo é avaliar as características da dor e
vericar associação com a gravidade da DTM na enxaqueca crônica.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo do tipo observacional, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UFS (CAAE: 08310319.1.0000.5546).
Participaram da amostra indivíduos diagnosticados com enxaqueca crônica e DTM. Foram avaliados quanto à incapacidade
relacionada à cefaleia e frequência de dor pelo Migraine Disability Assessment (MIDAS), intensidade de dor pela escala numérica (EN)
de 11 pontos e limiar de dor por pressão (LDP) pela algometria. Para análise estatística, foi utilizado software SPSS, teste Shapiro-Wilk
para normalidade, Teste T Independente e correlação de Pearson (dados paramétricos) ou Mann Whitney e correlação de Spearman
(não paramétricos). Nível de signicância: 95%.
Resultados
Vinte e seis indivíduos foram divididos em 2 grupos: DTM leve (n=13) e DTM moderada/grave (n=13). Observou-se que a intensidade
de dor em repouso foi signicativamente maior no grupo com DTM moderada/grave (4,38±2,43) que DTM leve (1,46±1,66) (p=0,003),
assim como na intensidade de dor aos movimentos cervicais (p<0,05). A frequência de dor (dias por mês) foi maior no grupo DTM
moderada/grave (p<0,05). Além disso, o grupo DTM moderada/ grave (34±12,96) apresentou maior gravidade relacionada à cefaleia
do que o DTM leve (50±19,15) (p=0,01). Não houve diferença no LDP dos músculos temporais e masseteres (hiperalgesia primária)
(p>0,05), mas o LDP medido no tibial anterior (hiperalgesia secundária) foi menor no grupo DTM moderada/grave (3,99±1,22) em
comparação ao DTM leve (6,32±2,7) (p=0,009). Foi observada correlação positiva moderada entre DTM e MIDAS (r=0,52, p=0,006)
e entre DTM e EN (r=0,45, p=0,01).
Conclusão
A gravidade da DTM piora intensidade de dor em repouso e ao movimento, aumenta frequência de crises por mês e está relacionada
a maior incapacidade na enxaqueca crônica.
Palavras-chave:
Enxaqueca, Dor crônica, Disfunção temporomand