Headache Medicine
ISSN 2178-7468
e
-ISSN 2763-6178
v.11
Supplement
p. 25
October 2020.
25
ASAA
DOI: 10.48208/HeadacheMed.2020.Supplement.25
Rocha Filho, P. A; Silva, D. F.; Soares, M. C.; Oliveira, F. A. A.; Buarque, L. M. A.; Mota, A. B.; Magalhães, J. E.
Headache Medicine
Avaliação da cefaleia como fator prognóstico em pacientes internados por
Covid-19
Pedro Augusto Sampaio Rocha Filho, Djanino Fernandes Silva, Miriam Carvalho Soares, Felipe Araújo Andrade de Oliveira,
Lucas Marenga de Arruda Buarque, Andreia Braga Mota, João Eudes Magalhães
Universidade Federal de Pernambuco
Introdução
Recentemente se levantou a hipótese de que os com COVID-19 que tem cefaleia tem melhor prognóstico. Temos como objetivos avaliar
a frequência de cefaleia em pacientes internados com COVID-19 e o valor prognóstico deste sintoma.
Método
trata- se de um estudo tipo coorte retrospectivo. Foram incluídos pacientes internados de março a maio de 2020, no Hospital Universitário
Oswaldo Cruz, Hospital das Clínicas, IMIP e Real Hospital Português, com diagnóstico de COVID-19 feito por RT-PCR. A coleta de
dados foi feita por revisão de prontuários utilizando-se questionário semi-estruturado. O projeto foi aprovado pelos comitês de ética
dos hospitais.
Resultados
Foram incluídos 426 pacientes, 56% eram mulheres, idade média: 49,7 ± 19,3 anos, 22,4% tiveram cefaleia. Os com cefaleia eram
mais jovens (Mann-Whitney; p< 0,05) e tinham menos doença renal crônica e insuciência cardíaca congestiva (qui-quadrado; p<
0,05). Não houve diferença entre os com e sem cefaleia em relação ao sexo, asma, acidente vascular cerebral, coronariopatia, diabetes
mellitus, doença hepática crônica, doença pulmonar obstrutiva crônica, epilepsia, etilismo, brilação atrial, hipertensão arterial sistêmica,
imunodeciências, neoplasias, obesidade e tabagismo prévios (qui- quadrado; p> 0,05). A média de internação foi de 8±6,6 dias, 84
(19,7%) pacientes necessitaram de ventilação mecânica e 77 (18,1%) foram a óbito. Não houve diferença entre os com e sem cefaleia
em relação ao tempo de internação (Mann-Whitney; p: 0,804). O grupo com cefaleia teve signicativamente menos necessidade de
ventilação mecânica (OR: 0,18; IC95%:0,64-0,52; p:0,001; Regressão logística: controlado para idade, sexo, insuciência cardíaca,
doença renal crônica) e menos óbitos (OR: 0,12; IC95%:0,27-0,49; p:0,003; Regressão logística: controlado para idade, sexo,
insuciência cardíaca, doença renal crônica).
Conclusão
Os pacientes com COVID-19 tiveram uma alta frequência de cefaleia e a cefaleia foi associada a um melhor prognóstico.
Palavras-chave:
Cefaleia, COVID-19, Prognóstico